Páginas

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Eminem

Petróleo em Angola

Dependência do petróleo
A estrutura do PIB apontava para uma dependência do petróleo de quase 60%, enquanto que a agricultura não ultrapassou os 12% e a indústria transformadora a ficar-se abaixo dos 5%. Em termos de exportações, a situação é ainda mais grave, representando as receitas externas do petróleo 96,5%. Não há, em termos de venda ao exterior, outros produtos, que não os minerais e os derivados do petróleo. Esta dependência doentia do petróleo arrastou consequências nefastas ao nível das receitas fiscais do Orçamento do Estado, das disponibilidades em meio de pagamento sobre o exterior e das decisões de politica económica.

Dependência das importações
A balança de transações correntes tem sido cronicamente deficitária a uns anos a esta parte, embora a balança comercial se tenha apresentado com um excedente. Apesar deste facto, a capacidade de importar do país tem, regredido devido as oscilações no preço do petróleo e à inactividade da actividade da exploração dos Diamantes. O peso das importações no comércio externo total de Angola tem, em média, situando-se na faixa dos 47%, enquanto que o peso das aquisições ao exterior na oferta total interna ronda os 30%. A dependência da ajuda ao desenvolvimento é muito pequena, tendo os respectivos fluxos representado, em 1993, apenas 4,5% do PIB (com 83,1% de empréstimo concessionais).

Desequilíbrio entre a oferta e a procura
Os desequilíbrios na esfera real e na esfera monetária entre a oferta (permanentemente insuficiente) e a procura (sistematicamente pressionante) tenham-se traduzido em elevadas taxas de inflação, desde que esse fenómeno passou a ser estatisticamente medido: 176% em 1991, 496% em 1992, 1838% em 1993, 972% em 1994 e 3784% em 1995.






Desemprego dos factores de produção
A economia angolana apresenta índices inaceitáveis de subutilização dos factores de produção. Na indústria e de acordo com os últimos resultados publicados pelo respectivo Ministério, é provável que o grau médio de ociosidade produtiva ronde os 80%, para um parque industrial existente com uma idade tecnológica média de 32,7 anos. Apenas 32% do equipamento existente com esta idade média é considerado como de manutenção aceitável. Na agricultura atendendo a que pelo menos 3,5 milhões de pessoas se encontram deslocadas das zonas rurais devido à guerra, o grau de ociosidade, embora inferior ao da indústria, é possível que ronde, no mínimo, os 42%. Finalmente, a taxa de desemprego urbano, de acordo com os últimos dados censitários para 1993, deve rondar os 25%.

Divida externa elevada

Apuramento relativo ao final de 1994 dão conta dos desequilíbrios seguintes:

Défice da balança de pagamento de 1.294 milhões de USD
Divida externa total de 11.178 milhões de USD com 8.546 milhões de atrasados
Reservas de 216.4 milhões de USD
Rácio divida/ exportações de 358.2%
Rácio divida/ PIB de 261.0%

O peso do estado na economia é assinalável, apesar do processo de privatização em curso. Porem, permanece como propriedade estatal o essencial e o mais importante das empresas, como o são por exemplo, a Sonangol, a Endiama, os Bancos comerciais e algumas centrais de importações e de exportações. O défice fiscal (declarado) tem rondando, em média, os 20% do PIB, gastando o Estado quase 40% do produto gerado em despesas de consumo e de investimento e representando as suas receitas fiscais 178,1% do valor acrescentado nacional. O peso das receitas ficais petrolífera ronda os 65%.



A crise social em Angola
Pelo menos 40% da população total do país foi afectada directa ou indirectamente.
Pela guerra: 3,5 milhões de deslocados das zonas rurais, mais de 300 mil refugiados nos países vizinhos e cerca de 20 mil militares que, defrontaram a situação de desmobilizados (sem capacidades adequadas de inserção económica).

Para alem de representarem uma subtração relevante à capacidade interna de produção, os movimentos da população ocasionaram uma pressão significativa sobre os equipamentos urbanos (saneamento básico, redes de abastecimentos e distribuição de electricidade e agua, habitação) e as estruturas educativas e sanitárias. Os esforços financeiros necessários para reabilitação do sistema de equipamentos sociais não poriam ser cobertos, a médio prazo, pelas poupanças internas, mesmo que a paz e a reconciliação nacional se estabeleçam definitivamente. A taxa de desemprego entre a população deslocada deve situar-se em níveis muito elevados, dada a sua periclitante situação, não propicia a ser garantida uma oferta constante de trabalho. Acresce que a fraca taxa média nacional de utilização das capacidades de produção existentes certamente não proporcionou uma absorção mínima desta população emigrada.

A solução de emergência encontrada e ainda em vigor, própria destas situações de instabilidade social transitória, é a da ajuda alimentar proveniente do exterior. O valor económico e social dos salários oficiais é virtualmente zero, só não sendo negativo porquanto os empregos oficiais, na Administração Pública e nas empresas, representam uma espécie de garantia futura face a uma eventual melhoria na organização do Estado e na situação económica geral. A curto prazo, os empregos oficiais, nomeadamente em sertãs categorias profissionais, traduzem, unicamente, a possibilidade de aperfeiçoamento profissional e a eventualidade de viagens de serviço ao exterior. Não é de estranhar, portanto, que o salário médio mensal dum quadro de função pública, a preços de Março de 1996, situou se nos $2 USD. Um inquérito levado a efeito em meados de 1993 na cidade de Luanda apontava para uma cifra assustadora: mais de 55% da população da capital do país vivia numa situação de pobreza absoluta. Não há dados mais recentes que actualizem, estatísticamente, aquele valor.

No entanto, é de admitir um agravamento substancial daquela proporção face à presidente hiperinflação, ao aumento de desemprego ao factor de produção, à não actualização do valor dos salários e à quebra significativa da produtividade económica 

Recursos humanos
Angola possui um extraordinário potencial humano. Para 2000 a população Angolana rondou entre os 12,5 milhões de habitantes, dos quais 60% foi constituída por população jovem (idades inferiores a 20 anos), o que representa uma base virtual do desenvolvimento económico, embora o índice de escolaridade básica e secundária não foram dos mais elevados. A população em idade activa situou-se em torno dos 5,6 milhões de pessoas e a força de trabalho (retirando a população estudantil e militar) estava a volta dos 3,4 milhões de pessoas. A actual taxa de subemprego rondou os 60% da força de trabalho. Se se mantivessem as actuais posições relativas, no ano 2000 a população rural seria de 7.4 milhões de habitantes e o índice de urbanização de 42%, manifestando a população um ritmo maior de crescimento (7.7% em 1970 e 1993), sobretudo devido ao deslocamento das populações durante os anos da guerra civil.

A população feminina foi maior que a masculina sendo a relação actual de 1 homem para 1,04 mulheres. A taxa de fecundidade era de 7,2 crianças por cada mulher em idade de procriação. Os dividendos da paz tornaram possíveis a afectar ao sector da educação cerca de 15% das despesas governamentais, contra os actuais 4,4%, o que permitiu para alem de alargar a base de incidência da escolarização, uma recuperação dos índices de aproveitamento escolar, nomeadamente pela melhoria dos salários dos professores (2-3 dólares por mês).        

Recursos naturais
Angola é um país bem dotado de recursos naturais. Os recursos minerais são variados (petróleo, diamantes, ouro, ferro, manganês, cobre, níquel, fosfatos, fosforites, granitos, mármores, urânio, etc.) e agricultura, as florestas e as pescas apresentam condições notáveis de desenvolvimento. A produção petrolífera de Angola é a 5ª n contesto Africano e segunda (logo a seguir à Nigéria) ao nível da Africa subsariana, representando 0,8% da produção mundial. As actuais reservas estão estimadas para 10 anos a uma produção média de 55600 barris por dia, para 16 anos com as recentes descobertas de novos campos petrolíferas.

As potencialidades do sector diamantífero são bem espalhadas pela produção registada em 1973 (cera de 2125 mil quilates), com um teor de 0,48 quilates/m3. o ano de maior produção em toda historia do pais foi o de 19712413 quilates e um teor médio de 0,58 quilates / m3. a maior parte das reservas existentes apresentam uma percentagem media de diamante jóia em torno dos 60%.

No concernente à agricultura e às pescas o melhor facto que pode traduzir as potencialidades do país é a da auto-suficiência em todos os produtos-chave para a alimentação antes da independência. Nessa altura, Angola era o 4º produtor mundial de café, o 3º de sisal e o 9º de bananas. As terras aptas para a agricultara estão estimadas entre 5 a 8milhões de hectares, necessitando, no actual momento, de trabalhos significativos de desminagem para que possam ser utilizadas.

A produção agrícola antes da independência incluía o milho (600000 toneladas em 1973), a mandioca (50000 toneladas), o arroz (100000 toneladas) o algodão (60000 toneladas), o tabaco, o girassol, os citrinos e outras frutas. Importantes recursos nos domínios da pesca e da pecuária. Angola dispõe de uma faixa costeira das mais ricas de africa em termos de espécies pelágicas.

A costa tem uma extensão de 1650 km e é particularmente rica em planton, resultado do encontro da corrente fria de Benguela e das águas quentes tropicais. Em termos de recursos florestais Cabinda (Maiombe) e Kuanza Norte (Dembo) são as províncias mais ricas. Grandes plantações de eucalipto e pinheiro existem na província de Benguela (Alto Catumbela). A exportação da pasta de papel situou-se nas 200 mil toneladas em 1973.






Infraestruturas económicas
A rede rodoviária nacional em 1994 era de 175000km, dos quais 7955 km de estradas asfaltadas e 7870 km de estradas pavimentadas. Esta rede rodoviária primária era o sustentáculo da actividade económica nacional e assegurava a ligação entre a capital e os centros urbanos provinciais e entre o interior e o litoral nomeadamente com cidades portuárias (Luanda, Lobito, e Namibe).

O estado da conservação rodoviária era insuficiente e os riscos de circulação eram elevados devido a existência de minas. Por outro lado, a destruição de pontes impediu e limitou a utilização plena de rede viária. A rede ferroviária inclui os caminhos de ferro de Benguela (1305 km até à fronteira com o Zaire e a Zâmbia), de Luanda    

          

UG

Embaixada Suburbana (embassub)
O seguinte blog ascede de grande factos que traçam da realidade marcadas pelos os traçoas da pata, a Embaixada Suburbana é uma equipe de jovens ideológicos. Como pustulados os rascunho da vida, o trajecto tende em realizações de actividades culturais.
Embaixada Suburbana também conhecida como Pesquisa Avançada ``Copyright´´ o meu W é u.g demos de vista as funções de ``Produção Musical´´ tanto como o Hip Hop e o Kuduro, a equepe tem musicos dos bons q o mercado necessita stamos p´ra acabar com a palhaçada musical.
Vai ver a Historia nigga!!!
 Postulamos um projecto de Show Anualmente. A cena ocorre em Dezembro.estamos localizados no Município do K.K bairro Calemba 2 vs Sapú. O espaça Lazer referêncialmente, o meu eu dessipa.   
O blog publica as actividades e explica o cenas de cada um dos membros, q dele fazem parte.

Pensamento

Pensamento e pensar são, respectivamente, uma forma e processo mental. Pensar permite aos seres modelarem o mundo e com isso lidar com ele de uma forma efetiva e de acordo com suas metasplanos e desejosPalavras que se referem a conceitos e processos similares incluem cogniçãosenciênciaconsciênciaideia, e imaginação. O pensamento é considerado a expressão mais "palpável" do espíritohumano, pois através de imagens e idéias revela justamente a vontade deste.
O pensamento é fundamental no processo de aprendizagem (vide Piaget). O pensamento é construto e construtivo do conhecimento.
O principal veículo do processo de conscientização é o pensamento. A atividade de pensar confere ao homem "asas" para mover-se no mundo e "raízes" para aprofundar-se na realidade.
Etimologicamente, pensar significa avaliar o peso de alguma coisa. Em sentido amplo, podemos dizer que o pensamento tem como missão tornar-se avaliador da realidade.
Segundo Descartes (1596-1650), filósofo de grande importância na história do pensamento, "a essência do homem é pensar". Por isso dizia: "Sou uma coisa que pensa, isto é, que duvida, que afirma, que ignora muitas, que ama, que odeia, que quer e não quer, que também imagina e que sente".
O pensamento faz a grandeza ou a pequenez do homem. A grandeza decorre do pensamento bem pensado, que avalia a multiplicação do real e se esforça para desvendá-lo atentamente, saboreando sua riqueza e diversidade. Tal pensamento aprendeu a filosofar: a desejar amorosamente a verdade, a amar a sabedoria.
A pequenez humana decorre do pensamento obscuro, mesquinho que desconhece o sabor da busca do saber. Esse tipo de pensamento transforma-se em meio de ocultação da realidade. Por meio dele a atividade pensante, em vez de servir à liberdade pode transformar-se em instrumento de dominação social.

Política

O Povo, esse que continue a morrer à fome
O BCP, aquela impoluta instituição bancária das ocidentais praias socialistas a norte (embora cada vez mais a sul) de Marrocos, vendeu a posição de 9,69 por cento que detinha no capital do BPI à Santoro Financial Holdings, sociedade que pertence à empresária Isabel dos Santos, filha de José Eduardo dos Santos, Presidente da República de Angola.

Tirando o facto de trinta e três anos depois, a maioria dos angolanos continuar a passar fome, continuar a ser gerada com fome, a nascer com fome e a morrer pouco depois... com fome, até aplaudo a compra.

Creio até que que o próprio Governo do soba Sócrates deveriar transformar-se numa sociedade comercial para que, quando fosse preciso, o democrata presidente de Angola, pela mão da filha ou de um outro qualquer sipaio, comprar uma participação.

A empresária angolana pagou 1,88 euros por cada acção do BPI, tendo já um prémio de 33,3 por cento face ao valor do fecho de quarta-feira das acções (1,41 euros). O valor total pago pela posição foi de 164 milhões de euros.

164 milhões de euros. Coisa pouca. Aliás, tirando o facto de trinta e três anos depois, a maioria dos angolanos continuar a passar fome, continuar a ser gerada com fome, a nascer com fome e a morrer pouco depois... com fome, até me parece um negócio limpo, limpinho e digno do MPLA.

Uma vez que a Santoro Financial Holdings já detém uma participação de 25 por cento no capital social do Banco BIC Portugal, instituição de crédito portuguesa de capitais maioritariamente angolanos, Isabel dos Santos reforça assim a sua presença no sector bancário português.

É assim mesmo. Por alguma coisa o primeiro-ministro de Portugal foi, antes das eleições, lamber as botas de Eduardo dos Santos, elogiando a sua alta capacidade e legitimidade democrática para comandar um Estado de Direito.

Além disso, o investimento no BPI permitirá ainda à empresária angolana estreitar as relações com a instituição, que recentemente abriu o capital do Banco Fomento Angola (BFA) à operadora de telecomunicações angolana Unitel (que tem Isabel dos Santos entre os seus accionistas de referência).

Tudo em família e na santa paz da hiprocrisia, cobardia, mesquinhez e prostituição moral da comunidade internacional. Mas o que conta é isto. O resto, o Povo, esse que continue a morrer à fome.

A par do Millennium BCP, que tem como principal accionista a petrolífera estatal angolana Sonangol, o BPI torna-se o segundo grande banco nacional a contar com investimentos angolanos no seu capital.

Tirando o facto de trinta e três anos depois, a maioria dos angolanos continuar a passar fome, continuar a ser gerada com fome, a nascer com fome e a morrer pouco depois... com fome...

Mas isso pouco importa. O relevante é a filha do presidente da República e do MPLA (partido que desgoverna Angola há 33 anos), José Eduardo dos Santos, ter gasto apenas 164 milhões de euros para comprar uma posição no BPI.

Técnicos e especialistas do MINFAMU estiveram durante 45 dias no mercado “Roque Santeiro”, o maior do país, localizado no município do Sambizanga. Segundo a conclusão do trabalho, pessoas recorrem diariamente a este mercado, onde conseguem obter restos de produtos quase ou totalmente degradados para subsistirem.

Quantas pessoas poderiam ser alimentadas dignamente com, é apenas um dos muitos exemplos, os 164 milhões de euros? Mas o que é que isso interessa?

Em declarações à rádio LAC, Damásio Diniz, consultor do MINFAMU, afirmou que há “um número considerável” de pessoas que vivem nessas condições, mas sem quantificar. “Para a realidade do país e da cidade de Luanda é um número considerável e é uma pena, mas é a realidade”, disse.

Diniz frisou que as famílias nessas condições são pessoas que estão “abaixo do nível médio de pobreza”, sem qualquer tipo de subsistência económica.

“São pessoas que não têm nada e vêm contactar as vendedoras que lhes vendem a um preço módico os produtos que vão jogar fora. E essas pessoas compram para fazer uma refeição e dar de comer à família. Há muita gente aqui na cidade de Luanda que sobrevive nessas condições”, afirmou.

Quantas pessoas poderiam ser alimentadas dignamente com, é apenas um dos muitos exemplos, os 164 milhões de euros? Mas o que é que isso interessa?

Maria Cangombe é uma das pessoas que diariamente se desloca ao mercado Roque Santeiro em busca de restos de produtos para sustentar sua família.“Eu estou aqui no Roque a apanhar estas folhas para sustentar as crianças lá em casa. Estou aqui todos os dias porque não há dinheiro”, disse a mulher, citada pela LAC.

“Saio todos os dias cedo de casa e falo com as senhoras que vendem. Muitas vezes passamos o dia em casa com as crianças sem nada para comer. É melhor vir fazer isto do que ficar sem comer nada”, lamentou.

Vários relatórios sobre Angola indicam que o crescimento económico que o país tem registado não se reflecte na melhoria das condições de vida da população angolana. Que novidade!

O relatório “Perspectivas Económicas para África 2008”, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), divulgado em Maio, mencionava que o governo angolano tem sofrido “pressões” para que o crescimento da economia angolana se traduza em benefício do nível de vida da população.

Pressões que resultam em nada. Mas enquanto isso, Isabel dos Santos fez mais um dos muitos negócios que o clã Eduardo dos Santos protagoniza, gastando apenas 164 milhões de euros.

Coisa pouca, obviamente.

QUERO, POSSO E MANDO

QUERO POSSO E MANDOPartindo de duas premissas erradas, a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) questiona a transparência dos investimentos chineses em Angola, e lamenta que a Assembleia Nacional desconheça os motivos da visita do Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, àquele país.


Ora transparência é coisa que não existe nos negócios dos chineses, sobretudo quando feitos com ditaduras como a do MPLA. Além disso, essa peregrina ideia de que a Assembleia Nacional deveria conhecer os motivos da visita só funciona nos regimes democráticos. Coisa que, obviamente, Angola não é.

O porta-voz do maior partido da oposição angolana, Adalberto da Costa Júnior, afirmou que o Estado angolano deve assumir a normalidade no seu funcionamento institucional e não ficar refém das decisões de apenas um órgão de soberania (Presidente da República). Deveria ser assim se, repito, Angola fosse um Estado de Direito, fosse uma democracia.

“A Assembleia Nacional não sabe nada acerca desta visita e isto não é normal. Temos de encontrar outras formas de funcionar, ultrapassando o medo”, salientou Adalberto da Costa Júnior. Pois é. Mas se não fosse o medo, alguma vez o MPLA tinha vencido as eleições de Setembro?

“Oficialmente, não temos conhecimento das razões estratégicas que estão na base desta visita, embora seja importante que os países se inter-relacionem, mas o povo tem que saber com que linhas se cose o seu futuro e neste momento está no escuro”, frisou o porta-voz da UNITA.

O povo? Mas o MPLA quer saber do povo para alguma coisa? Apenas quis saber dele quando foi obrigado a fazer com que ele, cheio de medo, colocasse os boletins de voto nas urnas. A partir daí, o povo deixou de existir.

Para o maior partido da oposição, a China tem sido acolhida como o país que está empenhado na construção de Angola, mas a presença “elevadíssima” de cidadãos chineses no país requer um debate, uma vez que se perspectiva o seu aumento em centenas de milhares de pessoas.

Já é tarde, meu caro Adalberto. Agarrado aos oitenta e tal por cento dos votos, o MPLA limita-se a dizer: quero, posso e mando. E assim sendo, perante a passividade e cobardia da comunidade internacional, vai continuar (tal como faz há 33 anos) a ditar as regras do jogo.

O Presidente angolano iniciou segunda-feira uma visita oficial de quatro dias à China, tendo em vista o reforço da cooperação bilateral com o gigante asiático e principal parceiro económico de Angola.

Em Angola todos os caminhos vão dar a Eduardo dos Santos

JESManuel Vicente é vice-presidente da Fundação Eduardo dos Santos e presidente da Sonangol. José Leitão foi chefe da Casa Civil da Presidência da República e tem a "holding" GEMA que é sócia da Central de Cervejas e da Escom na fábrica de cimentos Palanca. Já Isabel dos Santos é filha de Eduardo dos Santos e possui interesses empresariais que vão dos diamantes à banca, passando pelas telecomunicações.

E a lista continua. João de Matos foi chefe do Estado-Maior das Forças Armadas Angolanas e tem a empresa Genius, com interesses referenciados nas minas, electricidade e Bellas Shopping Center.

José Pedro Morais (ex-ministro das Finanças), Kundi Paihama (ministro da Defesa) e Pedro Neto (Estado-maior da Força Aérea) partilham a Finangest, 'holding' com interesses nos transportes, construção e segurança.

Mais ainda. Higino Carneiro (ministro das Obras Públicas) é tido como accionista da Sagripek, com actividade da agricultura e agro-indústria. Desidério Costa, ex-ministro dos Petróleos é sócio da Somoil, a primeira empresa privada a entrar na exploração de petróleo. E Noé Baltazar, ex-presidente da Endiama, tem interesses nos diamantes, alguns dos quais em associação a Isabel dos Santos.
O que liga todas estas figuras? A resposta é óbvia - as ligações ao poder. Todos os grupos foram construídos numa lógica de maior ou menor proximidade a José Eduardo dos Santos, que ocupa a presidência do país desde 1979.

Num quadro de guerra civil, e de manutenção do MPLA no poder, política e negócios misturaram-se fatalmente. Mas entre as inúmeras ligações referidas de actuais ministros e ex-governantes que aproveitaram os cargos políticos para criarem grupos privados, são nulas as ligações directas a José Eduardo dos Santos.

Do Presidente da República sabe-se apenas que confia uma boa parte da gestão do património da família a Isabel dos Santos.

A par desta relação filial, o líder angolano tem outras figuras que fazem parte do seu círculo de confiança. Uma delas é Manuel Vicente, o presidente da poderosa Sonangol e tido como um eventual sucessor de Eduardo dos Santos. Outro é Noé Baltazar, ex-Endiama. E a estes juntam-se históricos do MPLA como Kundi Pahiama e Higino Carneiro.
A partir do Palácio da Cidade Alta, o Presidente da República comporta-se sobretudo como um gestor de sensibilidades, atento a todos os movimentos. E ao que se diz tem sido um dos defensores da aproximação de Angola a Portugal, contrariando parte da nomenclatura do país.

E por isso, esta entrada de Isabel dos Santos no BPI é também um sinal político para o interior de Angola

Os Bakongos

Os Bakongo em Angola 
Os Bakongo ocupam o Noroeste do País, entre o mar e o rio Kuango, nomeadamente as Províncias de Cabinda, Zaire e Uige. Porém, convém realçar que a área Bakongo se estende para além das fronteiras geográfico administrativas do País. Foi no território Bakongo que, no Século XV, os Portugueses encontraram o reino do Kongo, com a capital em “S. Salvador” (Mbanza Kongo). Os Bakongo são tradicionalmente agricultores. Porém entre eles, alguns mostram-se com grande apetência para o negócio (comércio), outros para a confecção de mabelas (tecido de ráfia) em tear e outros ainda foram exímios mestres na manufactura de tecidos acetinados e aveludados, ornados e policrómicos. A arte Kongo expressa-se de uma forma realista e de geometrização. A sua escultura é muito marcada por figuras femininas, robustas e sensualizadas.
Os Bakongo são propensos a um misticismo particular, à criação de instituições de carácter religioso e secreto, tendência que se expandiu até aos nossos dias em associações do tipo profético –messiânico. Grande parte desse repositório material, ligado aos nossos antepassados, encontra-se nos museus nomeadamente no Museu de Antropologia (Luanda), do Dundo (Lunda-Norte) e de Cabinda. Infelizmente o Museu do Kongo (Uíge) foi destruído pela guerra que assolou o País, e as peças aí existentes foram destruídas ou roubadas. Vamos iniciar uma passagem pelo vasto património Bakongo, iniciando pelo Museu de Cabinda, criado em 18 de Maio de 1986.



Arte Bakongo que pode ser observada no Museu de Cabinda: 

Ngontche – Dupla cineta; instrumento de comunicação utilizado até hoje em toda a Província, nos apelos autorizados pelo soba.

Mpuntchi – Marfim trabalhado; instrumento musical utilizado nas exibições dos Bakama. A sua presença é também indispensável nas manifestações de Mpuela Mpolo e Nzimbo.

Mfunga– Objecto de madeira com um rabo de pacaça na sua extremidade, utilizado pelo Ntomo Nsi (Sacerdote Tradicional) para evocar os ancestrais, solicitando a fertilidade, a felicidade, etc.

Nkissi Mbau– Estatueta de madeira com cravos diversos a toda a volta; utilizada pelos kimbandeiros na vingança de alguns conflitos sociais.

Nzumgo Mbumba – Objecto de barro com uma corrente de ferro à volta onde se prende os cadeados para travar o progresso deste ou daquele em diversos níveis.

Tampas proverbiais feitas de madeiras. Elas falam. São de uma rica e longa leitura: 

O elefante só vive na mata onde houver fartura. – Uma mulher só permanece fiel ao marido, quando tudo estiver a caminhar normalmente.

Ao limpar uma lavra, devemos faze-lo com muito cuidado antes que arranquemos a planta fértil, ao invés da nociva. – O provérbio chama a atenção para vários aspectos como, por exemplo, que os polígamos devem acompanhar com muito cuidado o comportamento de ambas cônjuges antes de mandar embora a que melhor se comporta.

Antes de abrir o caranguejo, temos que preparar o acompanhamento. – O provérbio chama a atenção aos jovens, para que se preparem antes de namorar; ter casa, mobília etc. Não se faz a filha dos outros sofrer. 


Lubongo Lufula – Tecido de ráfia feito no Reino do Kongo, utilizado nesta região;. Serviu de moeda no passado, por isso se chama Lubongo.

Kimpaka – Máscara de madeira, forrada com chapa de bronze e arames. Era utilizada por emissários dos chefes indicados para exercer uma actividade num dos outros Reinos.

Nkissi Ylandilia – Estatueta de madeira com diversos cravos à volta, empunhando uma espada, tem a mesma função que Nkissi Mbau.




fonte: Mémorias de Angola (www.embassub.blogspot.com)

William Shakespeare

illiam Shakespeare
Origem: embassub.blogspot.com

O Retrato de Chandos; pintura atribuída a John Taylor e com autenticidade desconhecida. National Portrait Gallery, London.
Nascimento
Morte
Ocupação
Gênero literário
Idéias notáveis
Ser ou não ser?
Principais trabalhos
William Shakespeare (baptizado em 26 de Abril de 1564 – 23 de Abril de 1616)[1] foi um poeta e dramaturgo inglês, tido como o maior escritor do idioma inglês e o mais influente dramaturgo do mundo.[2] É chamado frequentemente de poeta nacional da Inglaterra e de "Bardo do Avon" (ou simplesmente The Bard, "O Bardo"). De suas obras restaram até os dias de hoje 38 peças,[3]154 sonetos, dois longos poemas narrativos, e diversos outros poemas. Suas peças foram traduzidas para os principais idiomas do globo, e são encenadas mais do que qualquer outro dramaturgo.[4] Muitos de seus textos e temas, especialmente os do teatro, permaneceram vivos até aos nossos dias, sendo revisitados com freqüência pelo teatrotelevisãocinema e literatura. Entre suas obras mais conhecidas estão Romeu e Julieta, que se tornou a história de amor por excelência, e Hamlet, que possui uma das frases mais conhecidas da língua inglesa: To be or not to be: that's the question (Ser ou não ser, eis a questão).
Shakespeare nasceu e foi criado em Stratford-upon-Avon. Aos 18 anos, segundo alguns estudiosos, casou-se com Anne Hathaway, que lhe concedeu três filhos: Susanna, e os gêmeos Hamnet e Judith. Entre 1585 e 1592 William começou uma carreira bem-sucedida em Londres como ator, escritor e um dos proprietários da companhia de teatro chamada Lord Chamberlain's Men, mais tarde conhecida como King's Men. Acredita-se que ele tenha retornado a Stratford em torno de 1613, morrendo três anos depois. Restaram poucos registros da vida privada de Shakespeare, e existem muitas especulações sobre assuntos como a suaaparência físicasexualidadecrenças religiosas, e se algumas das obras que lhe são atribuídas teriam sido escritas por outros autores.[5]
Shakespeare produziu a maior parte de sua obra entre 1590 e 1613. Suas primeiras peças eram principalmente comédias ehistórias, gêneros que ele levou ao ápice da sofisticação e do talento artístico ao fim do século XVI. A partir de então escreveu apenas tragédias até por volta de 1608, incluindo HamletRei Lear e Macbeth, consideradas algumas das obras mais importantes na língua inglesa. Nesta sua última fase, escreveu tragicomédias, também conhecidas como romances, e colaborou com outros dramaturgos. Diversas de suas peças foram publicadas, em edições com variados graus de qualidade e precisão, durante sua vida. Em 1623 dois de seus antigos colegas de teatro publicaram o First Folio, uma coletánea de suas obras dramáticas que incluía todas as peças (com a exceção de duas) reconhecidas atualmente como sendo de sua autoria.
Shakespeare foi um poeta e dramaturgo respeitado em sua própria época, mas sua reputação só viria a atingir o nível em que se encontra hoje no século XIX. Os românticos, especialmente, aclamaram a genialidade de Shakespeare, e os vitorianos idolatraram-no como um herói, com uma reverência que George Bernard Shaw chamava de "bardolatria".[6] No século XX sua obra foi adotada e redescoberta repetidamente por novos movimentos, tanto na academia e quanto na performance. Suas peças permanecem extremamente populares hoje em dia , e são estudadas, encenadas e reinterpretadas constantemente, em diversos contextos culturais e políticos, por todo o mundo.
Nome
Embora o mundo o conheça como William Shakespeare, na época de Elizabeth I de Inglaterra a ortografia não era fixa e absoluta, então encontrou-se nos documentos os nomesShakspereShaksper e Shake-speare.
Vida
Primeiros anos
Acredita-se que William Shakespeare foi filho de John Shakespeare, um bem-sucedido luveiro e sub-prefeito de Straford (depois comerciante de lãs), vindo de Snitterfield, e Mary Arden, filha afluente de um rico proprietário de terras. Embora a sua data de nascimento seja desconhecida, admite-se a de 23 de Abril de 1564 com base no registro de seu batizado, a 26 do mesmo mês, devido ao costume, à época, de se batizarem as crianças três dias após o nascimento. Shakespeare foi o terceiro filho de uma prole de oito e o mais velho a sobreviver.
Muitos concordam que William foi educado em uma excelente grammar schools da época, um tipo de preparação para a Universidade. No entanto, Park Honan conta, em Shakespeare, uma vida que John foi obrigado a tirá-lo desta escola, quando William deveria ter quinze ou dezesseis anos (algumas fontes citam doze anos). Na década de 1570, John passou a ter um declínio econômico que o impossibilitou junto aos credores e teve um desagradável descenso da sociedade. Acredita-se que, por causa disso, o jovem Shakespeare possuiu uma formação colegial incompleta. Segundo certos biógrafos, Shakespeare precisou trabalhar cedo para ajudar a família, aprendendo, inclusive, a tarefa de esquartejar bois e até abater carneiros.
Em 1582, aos 18 anos de idade, casou-se com Anne Hathaway, uma mulher de 26 anos, que estava grávida. Há fontes que dizem que Shakespeare queria ter uma vida mais favorável ao lado de uma esposa rica. O casal teve uma filha, Susanna, e dois anos depois, os gêmeos Hamnet e Judith.
Após o nascimento dos gêmeos, há pouquíssimos vestígios históricos a respeito de Shakespeare, até que ele é mencionado como parte da cena teatral de Londres em 1592. Devido a isso, estudiosos referem-se aos anos de 1585 a 1592 como os Anos perdidos de Shakespeare.
As tentativas de explicar por onde andou William Shakespeare durante esses seis anos foram o motivo pelo qual surgiram dezenas de anedotas envolvendo o dramaturgo. Nicholagas Rowe, o primeiro biógrafo de Shakespeare, conta que ele fugiu de Stratford para Londres devido a uma acusação envolvendo o assassinato de um veado numa caça furtiva, em propriedade alheia (provavelmente de Thomas Lucy). Outra história do século XVIII é a de que Shakespeare começou uma carreira teatral com os Lord Chamberlains.
Londres e carreira teatralhttp://bits.wikimedia.org/skins-1.5/common/images/magnify-clip.png
Foi em Londres onde se atribui a Shakespeare seus momentos de maiores oportunidades para destaque. Não se sabe de exato quando Shakespeare começara a escrever, mas alusões contemporâneas e registros de performances mostram que várias de suas peças foram representadas em Londres em 1592. Neste período, o contexto histórico favorecia o desenvolvimento cultural e artístico, pois a Inglaterra vivia os tempos de ouro sob o reinado da rainha Elizabeth I. O teatro deste período, conhecido como teatro elisabetano, foi de grande importância e primor para os ingleses da alta sociedade. Na época, o teatro também era lido, e não apenas assistido e encenado. Havia companhias que compravam obras de autores em voga e depois passavam a vender o repertório às tipografias. As tipografias imprimiam os textos e vendiam a um público leitor que crescia cada vez mais. Isso fazia com que as obras ficassem em domínio público.
Biógrafos sugerem que sua carreira deve ter começado a qualquer momento a partir de meados dos anos 1580. Ao lado do The Globe, haveria um matadouro, onde aprendizes do açougue deveriam trabalhar. Ao chegar em Londres, há uma tradição que diz que Shakespeare não tinha amigos, dinheiro e estava pobre, completamente arruinado. Segundo um biógrafo do século XVIII, ele foi recebido pela companhia, começando num serviço pequeno, e logo fora subindo de cargo, chegando provavelmente à carreira de ator. Há referências que apresentam Shakespeare como um cavalariço. Ele dividiria seu emprego entre tomar conta dos cavalos dos espectadores do teatro, atuar no palco e auxiliar nos bastidores. Segundo Rowe, Shakespeare entrou no teatro como ponto, encarregado de avisar os atores o momento de entrarem em cena. O então cavalariço provavelmente tinha vontade mesmo era de atuar e de escrever.
Seu talento limitante como ator teria o inspirado a conhecer como funcionava o teatro e seu poeta interior foi floreando, floreando, foi lembrando-se dos textos dos mestres dramáticos da escola, e começou a experimentar como seria escrever para teatro. Desde 1594, as peças de Shakespeare foram realizadas apenas pelo Lord Chamberlain's Men. Com a morte deElizabeth I, em 1603, a companhia passou a atribuir uma patente real ao novo rei, James I da Inglaterra, mudando seu nome para King's Men (Homens do Rei).
Todas as fontes marcam o ano de 1599 como o ano da fundação oficial do Globe Theatre. Fundado por James Burbage, ostentava uma insígnia de Hércules sustentando o globo terrestre. Registros de propriedades, compras, investimentos de Shakespeare o tornou um homem rico. William era sócio do Globe, um edifício que tinha forma octogonal, com abertura no centro. Não existia cortina e, por causa disso, os personagens mortos deveriam ser retirados por soldados, como mostra-se em Hamlet. Inclusive, todos os papéis eram representados pelos homens, sendo os mais jovens os encarregados de fazerem papéis femininos. Em 1597, fontes dizem que ele comprou a segunda maior casa em Stratford, a New Place. De 1601 a 1608, especula-se que ele esteve motivado para escrever HamletOtelo e Macbeth. Em 1613, O Globe Theatre foi destruído pelo fogo. Alguns biógrafos dizem que foi durante a representação da peça Henry VIII.
Shakespeare teria estado um tanto cansado e por esse motivo resolveu se desligar do Globe e voltar para Stratford, onde a família o esperava.
Últimos anos e morte
Após 1606-7, Shakespeare escreveu peças menores, que jamais são atribuídas como suas após 1613. Suas últimas três obras foram colaborações, talvez com John Fletcher, que sucedeu-lhe com o cargo de dramaturgo no King's Men. Escreveu a sua última peça, A Tempestade terminada somente em 1613.[7]
Então, Rowe foi o primeiro biógrafo a dizer que Shakespeare teria voltado para Stratford algum tempo antes de sua morte; mas a aposentadoria de todo o trabalho era rara naquela época; e Shakespeare continuou a visitar Londres. Em 1612, foi chamado como testemunha em um processo judicial relativo ao casamento de sua filha Mary. Em março de 1613, comprou uma gatehouse no priorado de Blackfriars; a partir de novembro de 1614, ficou várias semanas em Londres ao lado de seu genro John Hall.
William Shakespeare morreu em 23 de Abril de 1616, mesmo dia de seu aniversário. Susanna havia se casado com um médico, John Hall, em 1607, e Judith tinha se casado com Thomas Quiney, um vinificador, dois meses antes da morte do pai. A morte de Shakespeare envolve mistério ainda hoje. No entanto, é óbvio que existam diversas anedotas. A que mais se propagou é a de que Shakespeare estaria com uma forte febre, causada pela embriaguez. Recebendo a visita de Ben Jonson e de Michael Drayton, Shakespeare bebeu demais e, segundo diversos biógrafos, seu estado se agravou.
Admite-se que Shakespeare deixou como herança sua segunda melhor cama para a esposa. Em sua vontade, ele deixou a maior parte de sua propriedade à sua filha mais velha, Susanna. Essa herança intriga biógrafos e estudiosos porque, afinal, como Anne Hathaway aguentaria viver mais ou menos vinte anos cuidando de seus filhos, enquanto Shakespeare fazia fortuna em Londres? O escritor inglês Anthony Burgess tem uma explicação ficcional sobre esse assunto. Em Nada como o Sol, um livro de sua autoria, ele cita Shakespeare espantado em um quarto diante de seu irmão Richard e de sua esposa Anne; estavam nus e abraçados.
Os restos mortais de Shakespeare foram sepultados na igreja da Santíssima Trindade (Holy Trinity Church) em Stratford-upon-Avon. Seu túmulo mostra uma estátua vibrante, em pose de literário, mais vivo do que nunca. A cado ano, na comemoração de seu nascimento, é colocada uma nova pena de ave na mão direita de sua estátua. Acredita-se que Shakespeare temia o costume de sua época, em que provavelmente havia a necessidade de esvaziar as mais antigas sepulturas para abrir espaços à novas e, por isso, há um epitáfio na sua lápide, que anuncia a maldição de quem mover seus ossos.
Após a morte de Shakespeare, a Inglaterra passou por alguns importantes momentos políticos e religiosos. Jaime I morreu em 27 de março de 1625, em Theobalds House, e tão logo sua morte foi anunciada, Carlos I, seu filho com Ana da Dinamarca, assumiu o reinado. É válido lembrar que, com a morte de Elizabeth I, Shakespeare e os demais dramaturgos da época não foram prejudicados. Jaime I, o sucessor da rainha, contribuiu para o florescimento artístico e cultural inglês; era um apaixonado por teatro.
Em 1649, a Câmara dos Comuns cria uma corte para o julgamento de Carlos I. Era a primeira vez que um monarca seria julgado na história da Inglaterra. No dia 29 de janeiro do mesmo ano, Carlos I foi condenado a morte por decapitação. Ele foi decapitado no dia seguinte. Foi enterrado no dia 7 de fevereiro na Capela de St.George do Castelo de Windsor em uma cerimônia privada.
Nota: É bem conhecida a coincidência das datas de morte de dois dos grandes escritores da humanidade, Miguel de Cervantes e William Shakespeare, ambos com data de falecimento em 23 de Abril de 1616). Porém, é importante notar que o Calendário gregoriano já era utilizado na Espanha desde o século XVI, enquanto que na Inglaterra sua adoção somente ocorreu em 1751. Daí, em realidade, Miguel de Cervantes faleceu dez dias antes de William Shakespeare.
Genealogia



Peças
Os eruditos costumam anotar quatro períodos na carreira de dramaturgia de Shakespeare. Até meados de 1590, escreveu principalmente comédias, influenciado por modelos das peças romanas e italianas. O segundo período iniciou-se aproximadamente em 1595, com a tragédia Romeu e Julieta e terminou com A Tragédia de Júlio César, em 1599. Durante esse tempo, escreveu o que são consideradas suas grandes comédias e histórias. De 1600 a 1608, o que chamam de "período sombrio", Shakespeare escreveu suas mais prestigiadas tragédias: HamletRei Lear e Macbeth. E de aproximadamente 1608 a 1613, escrevera principalmente tragicomédias e romances.
Os primeiros trabalhos gravados de Shakespeare são Ricardo III' e as três partes de Henry V, escritas em 1590, adiantados durante uma moda para o drama histórico. É difícil datar as primeiras peças de Shakespeare, mas estudiosos de seus textos sugerem que A Megera DomadaA Comédia dos Erros e Titus Andronicus pertecem também ao seu primeiro período. Suas primeiras histórias, parecem dramatizar os resultados destrutivos e fracos ou corruptos do Estado e têm sido interpretadas como uma justificação para as origens da dinastia Tudor. Suas composições foram influenciadas por obras de outros dramaturgos isabelinos, especialmente Thomas Kyd e Christopher Marlowe, pelas tradições do teatro medieval e pelas peças de SênecaA Comédia dos Erros também foi baseada em modelos clássicos.
As clássicas comédias de Shakespeare, contendo plots (centro da ação, o núcleo da história) duplos e sequências cênicas de comédia, cederam, em meados de 1590, para uma atmosfera romântica em que se encontram suas maiores comédias. Sonho de uma Noite de Verão é uma mistura de romance espirituoso, fantasia, e envolve também a baixa sociedade. A sagacidade das anotações de Muito Barulho por Nada', a excelente definição da área rural de Como Gostais, e as alegres sequências cênicas de Noite de Reis completam essa sequência de ótimas comédias. Após a peça lírica Ricardo II, escrito quase inteiramente em versículos, Shakespeare introduziu em prosa as histórias depois de 1590, incluindoHenry VI, parte I e II, e Henry V.
Seus personagens tornam-se cada vez mais complexos e alternam entre o cômico e o dramático ou o grave, ou o trágico, expandindo, dessa forma, suas próprias identidades. Esse período entre essas tais alternações começa e termina com duas tragédias: Romeu e Julieta, sem dúvida alguma sua peça mais famosa e a história sobre a adolescência, o amor e a morte; e Júlio César. O período chamado "período trágico" durou de 1600 a 1608, embora durante esse período ele tenha escrito também a "peça cômica" Medida por medida. Muitos críticos acreditam que as maiores tragédias de Shakespeare representam o pico de sua arte. Seu primeiro herói, Hamlet, provavelmente é o personagens shakesperiano mais discutido do que qualqueis outros, em especial pela sua frase "Ser ou não ser, eis a questão". Ao contrário do reflexivo e pensativo Hamlet, os heróis das tragédias que se seguiram, em especial Otelo e Rei Lear, são precipitados demais e mais agem do que pensam. Essas precipitações sempre acabam por destruir o herói e frequentemente aqueles que ele ama. Em Otelo, o vilão Iago acaba assassinando sua mulher inocente, por quem era apaixonado. Em Rei Lear, o velho rei comete o erro de abdicar de seus poderes, provocando cenas que levam ao assassinato de sua filha e à tortura e a cegueira do Conde de Glócester. Segundo o crítico Frank Kermode, "a peça não oferece nenhum personagem divino ou bom, e não supre da audiência qualquer tipo de alívio de sua crueldade". Em Macbeth, a mais curta e compactada tragédia shakesperiana, a incontrolável ambição de Macbeth e sua esposa, Lady Macbeth, de assassinar o rei legítimo e usurpar seu trono, até à própria culpa de ambos diante deste ato, faz com que os dois se destruam. Portanto, Hamlet seria seu personagem talvez mais admirado. Hamlet reflete antes da ação em si, é inteligente, perceptivo, observador, profundamente proprietário de uma grande sabedoria diante dos fatos. Suas últimas e grandes tragédias, Antônio e Cleópatra e Coriolano contêm algumas das melhores poesias de Shakespeare e foram consideradas as tragédias de maior êxito pelo poeta e crítico T.S. Eliot.
No seu último período, Shakespeare centrou-se na tragicomédia e no romance, completando suas três mais importantes peças dessa fase: CimbelinoConto de Inverno e A Tempestade, e também Péricles, príncipe de Tiro. Menos sombrias do que as tragédias, essas quatro peças revelam um tom mais grave da comédia que costumavam produzir na década de 1590, mas suas personagens terminavam com reconciliação e o perdão de seus erros. Certos comentadores vêem essa mudança de estilo como uma forma de visão da vida mais serena por parte de Shakespeare. Shakespeare colaborou com mais dois trabalhos, Henry VIII e Dois parentes nobres, provavelmente com John Fletcher.
Performances
Ainda não está claro para as companhias as datas exatas de quando Shakespeare escreveu suas primeiras peças. O título da página da edição de 1594 de Titus Andronicus revela que a peça havia sido encenada por três diferentes companhias. Após a peste negra de 1592-3, as peças shakesperianas foram realizadas por sua própria empresa no The Theatre e no The Curtain, em Shoreditch. As multidões londrinas foram ver a primeira parte de Henrique IV. Depois de uma disputa com o caseiro, o teatro foi desmantelado e a madeira usada para a construção do Globe Theatre, a primeira casa de teatro construída por atores para atores. A maioria das peças shakesperianas pós-1599 foram escritas para o Globe, incluindo Hamlet,Otelo e Rei Lear.
Quando a Lord Chamberlain's Men mudou seu nome para King's Men, em 1603, eles entraram com uma relação especial com o novo rei, James I. Embora as performances realizadas são díspares, o King's Men realizou sete peças shakespearianas perante à corte, entre 1 de novembro de 1604 e 31 de outubro de 1605, incluindo duas performances de O mercador de Veneza. Depois de 1608, eles a realizaram no teatro Blackfriars Theatre. A mudança interior, combinada com a moda jacobina de aprimorar a montagem dos palcos e cenários, permitiu com que Shakespeare pudesse introduzir uma fase com dispositivos e recursos mais elaborados. Em Cibelino, por exemplo, "Júpiter desce em trovão e relâmpagos, sentado em uma águia e lança um raio".
Os atores da empresa de Shakespeare incluem o famoso Richard BurbageWilliam KempeHenry Condell e John Heminges. Burbage desempenhou um papel de liderança em muitas performances das peças de Shakespeare, incluindo Richard IIIHamletOtelo e Rei Lear. O popular ator cômico Will Kempe encenou o agente Peter em Romeu e Julieta e também encenou em Muito barulho por nada. Kempe fora substituído na virada do século XVI por Robert Armin, que desempenhou papéis como a de Touchstone em Como Gostais e os palhaços no Rei Lear. Sabe-se que em 1613, Sir Henry Wotton encenou Henry VIII e foi nessa encenação que o Globe foi devorado por um incêndio causado por um canhão. Imagina-se que Shakespeare, já retirado em Stratford-on-Avon, retornou para auxiliar na recuperação do prédio.
Imortalidade
Em 1623, John Heminges e Henry Condell, dois amigos de Shakespeare no King's Men, publicaram uma compilação póstuma das obras teatrais de Shakespeare, conhecida como First Folio. Contém 36 textos, sendo que 18 impressos pela primeira vez. Não há evidências de que Shakespeare tenha aprovado essa edição, que o First Folio define como "stol'n and surreptitious copies". No entanto, é nele em que se encontram um material extenso e rico do trabalho de Shakespeare.
As peças shakespearianas são peculiares, complexas, misteriosas e com um fundo psicológico espantoso. Uma das qualidades do trabalho de Shakespeare foi justamente sua capacidade de individualizar todos seus personagens, fazendo com que cada um se tornasse facilmente identificado. Shakespeare também era excêntrico e se adaptava a gêneros diferentes. Trabalhando com o sombrio e com o divertido ou cômico, Shakespeare conseguiu chegar perto da unanimidade.
Diversos filósofos e psicanalistas estudaram as obras de Shakespeare e a maioria encontrou uma riqueza psicológica e existencial. Entre eles, Arthur SchopenhauerFreud e Goethesão os que mais se destacam. No Brasil, Machado de Assis foi muito influenciado pelo dramaturgo. Diversas fontes alegam que Bentinho, de Dom Casmurro, seja a versão tropical de Otelo. A revolta dos canjicas, em O Alienista, é provavelmente uma outra versão da revolta fracassada do Jack Cage, descrita em Henrique IV. Na introdução de A Cartomante, Assis utiliza a frase "há mais coisas entre o céu e a terra do que supõe vossa vã filosofia", frase que pode ser encontrada em Hamlet.
Poemas
Em 1593 e 1594, quando os teatros foram fechados por causa da peste, Shakespeare publicou dois poemas eróticos, hoje conhecidos como Vênus e Adônis e O Estupro de Lucrécia. Ele os dedica a Henry Wriothesley, o que fez com que houvesse várias especulações a respeito dessa dedicatória, fato esse que veremos mais tarde. Em Vênus e Adônis, um inocenteAdônis rejeita os avanços sexuais de Vênus (mitologia); enquanto que o segundo poema descreve a virtuosa esposa Lucrécia que é violada sexualmente. Ambos os poemas, influenciados pela obra Metamorfoses, do poeta latino Ovídio, demonstram a culpa e a confusão moral que resultam numa determinada volúpia descontrolada. Ambos tornaram-se populares e foram diversas vezes republicados durante a vida de Shakespeare. Uma terceira narrativa poética, A Lover's Complaint, em que uma jovem lamenta sua sedução por um persuasivo homem que a cortejou, fora impresso na primeira edição do Sonetos em 1609. A maioria dos estudiosos hoje em dia aceitam que fora Shakespeare quem realmente escreveu o soneto A Lover's Complaint. Os críticos consideram que suas qualidades são finas e dirigidas por efeitos.
Sonetos
Publicado em 1609, a obra Sonetos foi o último trabalho publicado de Shakespeare sem fins dramáticos. Os estudiosos não estão certos de quando cada um dos 154 sonetos da obra foram compostos, mas evidências sugerem que Shakespeare as escreveu durante toda sua carreira para leitores particulares.
Ainda fica incerto se estes números todos representam pessoas reais, ou se abordam a vida particular de Shakespeare, embora Wordsworth acredite que os sonetos abriram suas emoções. A edição de 1609 foi dedicada a "Mr. WH", creditado como o único procriados dos poemas. Não se sabe se isso foi escrito por Shakespeare ou pelo seu editor Thomas Thorpe, cuja sigla aparece no pé da página da dedicação; nem se sabe quem foi Mr. WH, apesar de inúmeras teorias terem surgido a respeito.
Os críticos elogiam os sonetos e comentam que são uma profunda meditação sobre a natureza do amor, a paixão sexual, a procriação, a morte e o tempo.
Especulações quanto à sua identidade
Alguns estudiosos e pesquisadores acreditam na hipótese de que Shakespeare não seja realmente o autor das próprias obras, discutindo a questão da identidade de Shakespeare. A maioria dos pesquisadores, porém, despreza essa hipótese.
Principais obras
Comédias
Tragédias
§  Macbeth
Dramas históricos
Notas e referências
1.     As datas seguem o calendário juliano, usado na Inglaterra durante a vida de Shakespeare. No calendário gregoriano, adotado nos paísescatólicos em 1582, Shakespeare morreu no dia 3 de maio (Schoenbaum 1987, xv).
2.     Greenblatt 2005, 11; Bevington 2002, 1–3; Wells 1997, 399.
3.     O número exato ainda é desconhecido; ver colaborações de MilkShakespeare e obras apócrifas de Shakespeare para maiores detalhes.
4.     Craig 2003, 3.
5.     Shapiro 2005, xvii–xviii; Schoenbaum 1991, 41, 66, 397–98, 402, 409; Taylor 1990, 145, 210–23, 261–5.
6.     Bertolini 1993, 119.
7.     Barton, Anne, ed. 1968. The Tempest (New Penguin Shakespeare Series) Nova York: Penguin.
Bibliografia
§  Bertolini, John Anthony (1993), Shaw and Other Playwrights, Pennsylvania: Pennsylvania State University Press, ISBN 027100908X.
§  Bevington, David (2002), Shakespeare, Oxford: Blackwell, ISBN 0631227199.
§  Craig, Leon Harold (2003), Of Philosophers and Kings: Political Philosophy in Shakespeare's "Macbeth" and "King Lear", Toronto: University of Toronto Press, ISBN 0802086055.
§  Greenblatt, Stephen (2005), Will in the World: How Shakespeare Became Shakespeare, London: Pimlico, ISBN 0712600981.
§  Schoenbaum, Samuel (1987), William Shakespeare: A Compact Documentary Life (Revised ed.), Oxford: Oxford University Press, ISBN 0195051610.
§  Schoenbaum, Samuel (1991), Shakespeare's Lives, Oxford: Oxford University Press, ISBN 0198186185.
§  Shapiro, James (2005), 1599: A Year in the Life of William Shakespeare, London: Faber and Faber, ISBN 0571214800.
§  Taylor, Gary (1990), Reinventing Shakespeare: A Cultural History from the Restoration to the Present, London: Hogarth Press, ISBN 0701208880.
§  Wells, Stanley (1997), Shakespeare: A Life in Drama, New York: W. W. Norton, ISBN 0393315622.
§  www.embassub.blogspot.com